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08/10/2010 - 19h14

Quais são os tipos de brises? Como saber a posição em que devem ser colocados?

  • No projeto do arquiteto Angelo Bucci, os brises são placas de ripas de madeira que podem ser deslocadas pela fachada de acordo com a necessidade de mais ou menos luz ou privacidade

    No projeto do arquiteto Angelo Bucci, os brises são placas de ripas de madeira que podem ser deslocadas pela fachada de acordo com a necessidade de mais ou menos luz ou privacidade

No artigo da semana passada apresentamos os brises e dissemos para que eles servem. Agora vamos abordar os tipos de brises existentes e os materiais com os quais eles podem ser fabricados.

Um dos brises mais comumente encontrados nos edifícios é o formado por aletas. Elas podem estar na horizontal ou na vertical e podem ser fixas ou móveis. Alguns fabricantes possuem sistemas móveis complexos, mas é fácil encontrarmos simples ripas de madeira alinhadas na frente da janela de uma casa cumprindo a função de brise. Como esses elementos estão ali para barrar a entrada do sol direto e como a posição do sol varia durante o dia, os elementos móveis serão sempre mais eficientes. Entretanto, desde que colocados na posição correta, os brises fixos são também uma boa opção.

Os materiais para fabricação das aletas são inúmeros. Madeira, alumínio, ferro, plástico e concreto são os mais comuns, mas há também os de cerâmica, de vidro, de bambu, entre muitos outros.

Como posicionar os brises

Uma regrinha simples para a escolha da posição dos brises na maior parte do Brasil é a seguinte: para as fachadas leste e oeste, que recebem respectivamente o sol da manhã e o da tarde (que chega rasante), prefira os brises com aletas verticais. Para a fachada norte, que recebe sol durante todo o dia, mas numa posição mais a pino, prefira os brises horizontais. A fachada sul carece menos dos brises, visto que tem uma incidência de sol muito menor. Sempre que possível, dê preferência aos modelos móveis. Eles serão muito mais eficazes.

Outro tipo muito popular de brise são os cobogós, também chamados de elementos vazados. (O nome cobogó é formado pela primeira sílaba do sobrenome dos três engenheiros que inventaram o produto no século passado: Coimbra, Boeckmann e Góis.) Muito utilizados nos edifícios públicos pelo baixo custo e grande durabilidade, os cobogós são aqueles blocos vazados decorativos, normalmente feitos de concreto ou de cerâmica. No mercado há diversas opções de formato e tamanho de diferentes fabricantes.

Na mesma linha dos cobogós, os muxarabis são outro belo exemplo de brise. Os árabes têm uma grande tradição no uso desse elemento de proteção, que foi trazido há séculos para o Brasil. Além de proteger do sol, ele dá privacidade ao interior das casas. Feitos de madeira ou ferro, os mais comuns são os quadriculados, mas com a ajuda de um bom carpinteiro ou serralheiro você pode criar o seu próprio muxarabi com um desenho exclusivo.

As chapas perfuradas são cada vez mais utilizadas com esta função de proteção solar. O mercado está repleto de opções de chapas de aço ou alumínio com furos redondos, quadrados, retangulares, em forma de estrela, etc. Quando usadas na fachada, essas placas nada mais são do que brises.

Outros elementos mais elaborados como as malhas metálicas, as chapas de aço ou cobre com furos sob medida, os tecidos ou os gradis podem também ser utilizados com esta função. A verdade é que a cada ano diversos tipos de brise são inventados. Basta utilizar algum elemento que fique posicionado em frente uma abertura e que auxilie na proteção do sol de uma maneira inusitada e um novo brise acaba de ser criado.

Cada tipo de brise tem um ou mais materiais que são os mais adequados para a sua fabricação. Entretanto, como normalmente eles ficam em áreas externas e expostos ao sol e à chuva, a durabilidade deve ser levada em conta para que seja feita a melhor escolha. Afinal, não adianta nada economizar no ar-condicionado e ter de substituir os seus brises uma vez por ano.

Por dentro ou por fora da janela?

Outra dúvida freqüente é se o brise deve ficar do lado de dentro ou de fora da fachada. Há prós e contras para ambas as opções. Ficando para dentro da janela, os elementos de proteção tendem a se conservar por mais tempo, a sua limpeza é mais simples e pode-se conseguir uma fachada toda envidraçada, como acontece na biblioteca nacional de Paris, em que placas de madeira são colocadas por dentro da fachada de pele de vidro para proteger os livros da forte radiação solar. Entretanto, como a função primordial desses elementos é proteger a sua edificação e, por conseguinte, do calor, o ideal é que eles sejam colocados por fora das janelas para que barrem o sol antes do calor entrar no prédio. Ou seja, brises externos são muito mais eficientes.

Tente entender qual a orientação das suas janelas e escolha o brise mais adequado para cada local em função da eficiência, da aparência, da durabilidade e do custo. Desde que bem utilizados, esses elementos sombrearão a sua casa, deixando a temperatura muito mais amena, poupando o ar-condicionado, economizando energia e preservando o planeta.

Rodrigo Marcondes Ferraz

Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz são arquitetos formados pela FAU-USP e sócios do escritório Forte Gimenes Marcondes Ferraz (www.fgmf.com.br)

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