Onde estou?
Casa de homem tem de ser funcional, com espaço para guardar as coisas e os itens essenciais, como sofá, TV, cama e geladeira. Ter uma base neutra é o melhor caminho:
sofás podem ter forração cinza, bege ou, como no caso acima, um tom de bordô
A maior parte dos meus clientes são homens. E quando trabalho para casais, geralmente é o marido quem mais dá palpite no projeto. Fazer casas para os homens é mais fácil. Não há muita frescura nos detalhes e os clientes me deixam mais livre para criar. O resultado é mais lúdico. Todo homem tem um lado adolescente: quer uma casa para se divertir e comemorar com os amigos. Se você está atrás de uma decoração masculina, veja as dicas abaixo. O importante é ir além do que todo mundo já sabe: paredes cinza, poltronas de couro e mesa de sinuca.
Minha paleta passa sempre pelo preto, vermelho e amarelo. São cores que funcionam bem em uma casa masculina. Mas isso não é obrigatório. Já fiz uma cozinha cor-de-rosa que não ficou nada feminina. Homens não gostam de ousar na cartela de tintas dos fabricantes. Querem ir pelo caminho mais fácil, sempre. Um bom projeto, no entanto, exige um balanço de cores.
Ter uma base neutra é o melhor caminho. Sofás podem (e devem) ter cores neutras, como cinza, bege ou couro marrom. O contra-peso vai para as peças menores e acessórios.
No quesito estampas, sou conservador. Gosto de listrados e xadrez, como minhas camisas. Aliás, estas são ótimas inspirações para revestir poltronas e almofadas. Mas nada impede que o verde do polo vá para o encosto da cadeira de jantar e o laranja do tênis para a mesa de centro.
Cortinas neutras também são uma boa pedida. Tecidos em tonalidades entre branco e cru são os mais recomendados. Se quiser algo dramático, que tal um veludo cotelê marrom ou azul marinho? Vermelho também pode, mas cuidado para sua casa não virar uma boate. O segredo das cortinas está na prega (sim, cortinas têm pregas, como as calças do seu terno): macho no comprimento, e também ao longo do trilho suíço.
Casa de homem tem de ser funcional. Não conheço nenhum que goste de ficar arrumando as coisas ou que seja neurótico por limpeza. E nesse aspecto, quanto mais simples, melhor. O legal é ter espaço para guardar as coisas e investir naquilo que é essencial, como o sofá, a TV, a cama e a geladeira.
Falando em funcionalidade, as mulheres estão certas quando o assunto é closet. Um espaço cheio de armários para roupas é bom demais, mesmo que você tenha pouca coisa. Se você é da bagunça, mais um motivo para ter um bom guarda-roupa. É só jogar tudo lá dentro e fechar a porta. A qualidade do sono com o quarto organizado é outra.
Homens tendem a se mais ligados em hobbies que as mulheres. E isso deve ser explorado na decoração. Para os que gostam de cozinhar, a cozinha deve ser o centro da casa, aberta para a sala e com lugar para os amigos. Percebo que muitos deles têm desviado a atenção dos eletrônicos (como aparelhos de som e TV) para os eletrodomésticos. Nesse caso, explore as peças de design e deixe tudo aparente.
O bar é outra peça-chave da casa masculina. Nada de deixar as garrafas de whisky na estante e nem dentro da caixa. Tenha uma bandeja bonita e crie um espaço para preparar drinks. Adegas também fazem parte do imaginário masculino na decoração. Hoje o mercado oferece de tudo para os apreciadores de vinho. Mas se você gosta mesmo é de cerveja, existem ótimas geladeiras com portas de vidro: deixam a casa mais bonita e você ainda controla o seu estoque particular.
Já os fãs de música podem ter instrumentos, discos e pôsteres de banda como parte da decoração. Os ligados em esporte devem tirar proveito de bicicletas, pranchas ou outras peças legais no meio da sala. Não estou falando de ambientação temática, normalmente feita em quartos de adolescente nos programas de televisão americanos. Mas de ter uma casa com a sua cara, que fale sobre sua personalidade.
O designer de interiores Marcel Steiner tira dúvidas sobre como aproveitar o espaço, dispor móveis e objetos.
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Marcel Steiner é designer de interiores e mestre em história e crítica da arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP
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